terça-feira, 20 de março de 2018

ALÉM DO VENTO


Do sangue exposto nada traz a lua,
Trazendo em turvas páginas mostradas
Deixando sem sentido, sem estradas,
Porém a vida segue e continua.

A carne exposta, além da face nua,
As lutas que desejas, dizem nada,
Apenas meu cansaço, e volto ao nada,
Ainda um sonhador? Vago nesta rua.

E sei das podres esperanças ditas
Ainda quando outrora eu quis, benditas,
Já pouco na verdade, ou mesmo tento.

Mas sei da escuridão sem sonhos, morte.
Porém no fundo nunca mais conforte,
Palavras se moldando além do vento...

MARCOS LOURES

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