Na boca desnudando quero além,
Sabendo na esperança o quanto atroz,
Vagando sem descanso, tudo bem,
Deixando sem destino e calo a voz.
A mão marcando a cada corte, e nós
Usando a cada instante e nunca vem,
Meu mundo procurando busca a foz,
Enquanto na verdade sou ninguém.
Repare cada face demonstrada
E sigo sem sentido, sem estada,
Desnuda a farsa que presume,
Procuro o meu passado e penso o cume,
Sabendo sem sentido e sem juízo,
Amar é perceber aonde o siso?
MARCOS LOURES
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