Enquanto neste inferno feito em vida
A sorte se perdendo a cada passo
Atraso o caminhar e quando o traço
Alimentando a chaga, a vã ferida,
A voz em termos vagos proferida
Apodrecendo assim o tênue laço
Apenas me restando o ser escasso
E nada mais trouxera em despedida.
O cálice que a vida não permuta
Trazendo para os lábios tal cicuta
Jamais me impediria de tentar
A senda sem blindagem, trago em mim
Imagem mais constante em ermo fim,
Morrendo sempre aos poucos, devagar.
Marcos Loures 2018
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