Vivíamos correndo os olhos baços
Buscando uma resposta que não veio,
E quanto mais feroz o nosso anseio,
Os dias não deixaram sequer traços,
E fumo desbragado, tantos maços
E deles demoníaco incendeio
O rumo que pregaste; um tosco meio
De ter co’eternidade firmes laços.
E morto sem saber se existe vida,
Por mais que lucidez disto duvida
A fé não se calando ainda explana
A luz após o túnel noutra senda,
Que a própria natureza não desvenda,
Mas quero crer que seja soberana.
marcos loures
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