Fazíamos da noite, uma refém
Enquanto desfilávamos o sonho
Momento do passado tão risonho
O tempo isso destrói e nada vem
Somente as velhas sombras que contém
O traço mais atroz, frio e medonho,
E quando em novo tempo recomponho,
Olhando para os lados, mas ninguém.
Assim as minhas noites são iguais,
Aonde se quiseram magistrais
Banais e repetidas num marasmo
Que chega a maltratar pelo não ser,
Ausente da esperança e do prazer,
Revejo o mesmo nada, quieto e pasmo.
MARCOS LOURES
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