sábado, 28 de abril de 2018

REFÉM

Fazíamos da noite, uma refém
Enquanto desfilávamos o sonho
Momento do passado tão risonho
O tempo isso destrói e nada vem

Somente as velhas sombras que contém
O traço mais atroz, frio e medonho,
E quando em novo tempo recomponho, 
Olhando para os lados, mas ninguém.

Assim as minhas noites são iguais, 
Aonde se quiseram magistrais
Banais e repetidas num marasmo

Que chega a maltratar pelo não ser, 
Ausente da esperança e do prazer,
Revejo o mesmo nada, quieto e pasmo.



MARCOS LOURES

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