domingo, 6 de maio de 2018

NÃO MAIS QUE MERAMENTE


Não mais que meramente a sorte trama
As farsas tão comuns e em vão procuro
Vencer os meus anseios e temores
Sabendo que em verdade nada resta
Sequer o quanto brilha no horizonte
Marcando em amargura agonizante sonho,

E quando na verdade eu tento e sonho,
O mundo se anuncia em rude trama
Presumo o quanto possa no horizonte
E vejo este cenário onde procuro
Tramar alguma luz e nada resta
Vivendo com angústia meus temores.

Procuro nos anseios e temores
Vencer os meus momentos quando sonho
Com toda esta expressão enquanto resta
O tempo mais audaz em rude trama
E sei da sensação que ora procuro
Tomando cada linha do horizonte,

E nisto que se veja no horizonte
O tanto que se creia em vãos temores
Além do que em verdade mais procuro,
Pudesse enveredar enquanto eu sonho,
Buscando no final o que se trama
E sei quanto decerto já não resta,

A vida noutro canto agora resta
E marca com angústia este horizonte
Vagando como aranha sobre a trama
Uma armadilha feita em vãos temores
E quando se aproxima o rude sonho
Somente algum alento, em vão, procuro,

E sei do quanto possa e além procuro
O verso que tentasse e não me resta
Sentindo este abandono quando sonho
E tanto se desenha no horizonte
O brilho destilando tais temores
E a solidão que traça a vaga trama,

O quando que se trama e já procuro
Vivendo tais temores, o que resta,
Expressa no horizonte, o vago sonho...


MARCOS LOURES

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