A VOZ DO VENTO
Ouvir a voz do vento nos umbrais
Chamando para os sonhos, lua e luz
E quando a sorte além já me conduz
Enfrento sem sentidos vendavais,
E bebo desta insânia em dias tais
Enquanto o mesmo nada reproduz
O quanto poderia em contraluz
Gerando dentro da alma os vãos cristais
A face denegrida da memória
Transforma qualquer passo nesta escória
E nada mais permite senão isto,
O mar que imaginara não existe,
O tom deveras ledo, amargo e triste
Durante o descaminho aonde insisto.
ML
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