DELÍRIOS
Sentindo os lábios teus, mesmo distantes,
Ao menos poderia crer no quanto
A sorte se mostrasse e assim, portanto,
Os dias noutros tantos deslumbrantes,
E quando insensatez tu me garantes
Envolto nos enganos, me quebranto,
E sei do que se fez em farsa ou pranto,
Agora se desenha o que foi antes,
Não mais se expressaria de tal forma,
A própria persistência enfim deforma
E o fim se aproximando nada reste
Senão as meras sombras do que um dia
No todo que se queira verteria,
Sem nada que outro rumo em paz ateste...
Marcos Loures
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