SEXTINA 41 AS HORAS QUE VIVEMOS
Por mais que te pareçam enfadonhas
As horas que vivemos demonstraram
O vago que não vale quase nada
Dos risos esquecidos nas varandas
Entregues ao vazio dos teus olhos
Esparramando em vão, claras estrelas.
Forrando nosso chão, vagas estrelas
Montando estas imagens enfadonhas
Roubando cada lume, bebem olhos
E tantas vezes cruas demonstraram
As luas derramadas nas varandas
Trazendo refletido o mesmo nada.
Às vezes quero crer – não sobrou nada
Nem mesmo algum resquício das estrelas
Deitando seus fantasmas nas varandas.
As noites seguem frágeis, enfadonhas
E os versos que te faço demonstraram
Apenas o reflexo destes olhos.
Entregue à submissão, procuro os olhos
E encontro novamente o mesmo nada
Que os dias que vivemos demonstraram.
Apagam-se em meus sonhos tais estrelas
Tornando os meus cantares enfadonhos
Aguando as samambaias nas varandas.
As redes esquecidas nas varandas
Ausentes e distantes dos meus olhos
Repetem as histórias enfadonhas
De quem só teve outrora sempre o nada
E caça em noite escura, outras estrelas
Silêncios e vazios demonstraram...
Se os versos que aqui escrevo demonstraram
O quanto foram vãs nossas varandas
Sem luas, claridades ou estrelas
As lágrimas banhando tristes olhos
Resumem toda a vida neste nada
De noites repetidas, enfadonhas.
As horas enfadonhas demonstraram
O tanto quanto em nada estas varandas
Refletem os teus olhos sem estrelas...
MARCOS LOURES
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