SEXTINA 43 SEM SENTIDO
Não adiantam mais sequer palestras
Palavras se perdendo sem sentido,
Nos versos as imagens mais funestas
Não tendo mais noção matando o rumo,
Fingindo que conhecem belo vinho,
Transbordam num licor bem mais amargo...
Cansado de sorver o gosto amargo
Enganam com mentiras e palestras,
Dizendo que vinagre virou vinho
Não têm mais, na verdade, algum sentido,
Tentando desviar depressa o rumo
Relíquias nas imagens tão funestas.
Sedentos pelas mágicas funestas
Que fazem do mais doce, o mais amargo
A turba desconhece assim o rumo
Vestindo a fantasia das palestras.
O vento da bobagem faz sentido
Metendo pela goela qualquer vinho.
A bagaceira quer virar um vinho
Nas trambiqueiras notas tão funestas
Eu sinto o quanto o verso tem sentido
Bebendo este boçal e fino amargo.
Vendendo o seu quinhão nestas palestras
O quanto nada vale acerta o rumo.
Poetas sem vigor perdendo o rumo
Não sabem dar valor ao raro vinho
E escondem-se debaixo das palestras
Sem nexo, sem caminho e sem sentido.
Empaturrando a pança com o amargo
Mostrando suas faces vãs, funestas
De tanta baboseira sem sentido
Eu sinto que o cavalo perde o rumo,
Portando este chicote fica amargo
E quer nos convencer que traz o vinho
Nas poesias torpes e funestas
Moderna aberração pede palestras
Ouvindo tais palestras sem sentido
As horas vão funestas, perdem rumo.
E tornam o meu vinho mais amargo.
MARCOS LOURES
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