sexta-feira, 13 de julho de 2012

SEXTINA 43 SEM SENTIDO

SEXTINA 43 SEM SENTIDO



Não adiantam mais sequer palestras
Palavras se perdendo sem sentido,
Nos versos as imagens mais funestas
Não tendo mais noção matando o rumo,
Fingindo que conhecem belo vinho,
Transbordam num licor bem mais amargo...

Cansado de sorver o gosto amargo
Enganam com mentiras e palestras,
Dizendo que vinagre virou vinho
Não têm mais, na verdade, algum sentido,
Tentando desviar depressa o rumo
Relíquias nas imagens tão funestas.

Sedentos pelas mágicas funestas
Que fazem do mais doce, o mais amargo
A turba desconhece assim o rumo
Vestindo a fantasia das palestras.
O vento da bobagem faz sentido
Metendo pela goela qualquer vinho.

A bagaceira quer virar um vinho
Nas trambiqueiras notas tão funestas
Eu sinto o quanto o verso tem sentido
Bebendo este boçal e fino amargo.
Vendendo o seu quinhão nestas palestras
O quanto nada vale acerta o rumo.

Poetas sem vigor perdendo o rumo
Não sabem dar valor ao raro vinho
E escondem-se debaixo das palestras
Sem nexo, sem caminho e sem sentido.
Empaturrando a pança com o amargo
Mostrando suas faces vãs, funestas

De tanta baboseira sem sentido
Eu sinto que o cavalo perde o rumo,
Portando este chicote fica amargo
E quer nos convencer que traz o vinho
Nas poesias torpes e funestas
Moderna aberração pede palestras

Ouvindo tais palestras sem sentido
As horas vão funestas, perdem rumo.
E tornam o meu vinho mais amargo.


MARCOS LOURES

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