Vão Contraste
Na tranquila esperança de quem sonha
Vencendo a realidade sempre atroz,
Aguardo a cada instante a mansa voz
Embora bem soubesse ser medonha,
A sorte noutro passo agora enfronha,
E toma o seu destino, rude algoz,
Negando qualquer fonte rumo e foz,
E o quanto me restara decomponha,
Não mereço nem sequer outra versão
O tempo se moldando em aversão
Versasse sobre o quanto me negaste,
Ao menos novo encanto se aproxima,
E dele construindo a nobre rima,
Embora presumisse um vão contraste.
Marcos Loures
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