A RARIDADE DESTAS FLORES
Tu tens a raridade destas flores
Que a vida semeou no meu jardim.
Teu céu entorna luzes multicores
Resplandecentemente sobre mim.
Revelam-se em t’a pele mil albores
Na boca mais formosa, carmesim...
Tu és a minha estrela solitária,
Forrando esta almofada com ternura.
Quem teve um coração deveras pária
Encontra a plenitude rara e pura,
Da sorte tão mutante, sendo vária
No colo que me mostras, formosura...
Ostentas tal recato em calmo gozo,
Num sonho a explodir, libidinoso...
MARCOS LOURES
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