ALÉM DO DURO CAIS
Quem dera ser além do duro cais
Da noite que não veio e nem virá.
No porto mais vazio em nunca mais
No sol que se escondeu, não brilhará.
Quem dera ser aquém da dura paz
Vergada sobre o peso que trará
O gosto do quem dera ser demais
A mão que nunca trouxe, foice e pá.
Quem dera gota esparsa chuva mansa
Na idade da ilusão que já passou...
O resto do quem fora não me alcança
Mas deixa esta impressão do nada sou.
Quem dera se essa espera me trouxesse
Amor que renovasse a vida, a prece...
MARCOS LOURES
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