SIM, MEU AMOR...
Muitas vezes um sonho ao se mostrar disforme
Arranca em pesadelo os gritos mais medonhos.
A mão que me tortura imensa e tão enorme
Tomando o inconsciente em formatos bisonhos
Avança sobre mim enquanto a rua dorme
E toca com vigor meus olhos tão tristonhos.
Não há, pois, na verdade alguém que se conforme
Ao ver tal heresia invadindo seus sonhos.
Percebo em cada dedo a seta inquiridora
Qual fora o meu pecado o que não se perdoa.
Um grito aterrador pelo meu quarto ecoa
Acordo em sobressalto e vejo a redentora
Presença deste amor. Solidão vai embora
A sudorese cessa... E a noite enfim se escoa...
MARCOS LOURES
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