quinta-feira, 16 de agosto de 2012

SOU O NADA

SOU O NADA

Sou nada, vim do nada e nada espero;
Quem sabe se sobrou algum pedaço?
No quase consegui, eu me tempero
E vivo sem saber se cabe espaço.
Por pagamento tenho o que não quero
Da boca que sonhei, restou cansaço.

Oferto-me por módica quantia,
Àquela que quiser sofrer comigo.
A noite que prometo virá fria,
Apenas o meu riso como abrigo.
Distante do que sou, do que queria,
Querida vem comigo que eu não ligo...

Esparramado estou na tua cama.
O teu frio apagou a minha chama...

MARCOS LOURES

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