O VELHO CORAÇÃO DE UM TROVADOR
Tocado pela lua sertaneja
O velho coração de um trovador
Ousando imaginar coisas de amor
Embrenha nos anseios da ilusão
E quando ponteando o violão
A sorte mais sincera ele deseja,
E sei do quanto a vida ora deseja
Vagando pela senda sertaneja
E nisto com acordes, violão,
Tramasse cada sonho. O trovador
Vivendo muito mais que esta ilusão
Expressa o quanto anseia o puro amor,
O mundo se desenha em farto amor
E tanto poderia onde deseja
E gera noutro instante esta ilusão,
E vejo na cabocla sertaneja
Com olhos de quem sonha – um trovador-
Plangente serenata, um violão,
Nas cordas deste velho violão
O tempo se desenha em farto amor
E o templo deste insano trovador
Enveredando a sorte que deseja
Expressa além da noite sertaneja
Os raios desta lua em ilusão,
E sei do quanto viva esta ilusão
E dela trago em paz o violão
Numa seresta rude e sertaneja
E quanto mais me envolvo em teu amor,
O coração deveras te deseja
E trama as minhas sanhas, trovador,
Singrando em noite imensa, um trovador,
Que vive tão somente da ilusão,
Marcasse o quanto quer e assim deseja
Ousando com ternura o violão,
Vivendo a cada instante o belo amor
Nos braços de uma deusa sertaneja,
E quando a sertaneja e o trovador
Fazendo deste amor outra ilusão,
O sonho em violão, tanto deseja...
MARCOS LOURES
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