UM BARCO SEM CONTROLE
Amor,
um velho barco sem comando,
Navega pelos mares, vai ao léu.
De pássaros sem rumo, velho bando,
Na frágil esperança do papel.
Se contra a correnteza vou remando,
Não tendo quase nada em meu farnel,
Minha alma vai pesando em contrabando,
O doce de um deseja amarga fel.
E resta tão somente um passo em falso
Que o amor prepara então seu cadafalso,
E deixa-nos de herança esta masmorra.
Aguardo qualquer porto mais seguro,
Cevando sobre um solo árido e duro,
Sem nada que me salve ou me socorra
MARCOS LOURES
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