quinta-feira, 13 de junho de 2013

UM BARCO SEM CONTROLE

UM BARCO SEM CONTROLE


Amor, um velho barco sem comando,
Navega pelos mares, vai ao léu.
De pássaros sem rumo, velho bando,
Na frágil esperança do papel.

Se contra a correnteza vou remando,
Não tendo quase nada em meu farnel,
Minha alma vai pesando em contrabando,
O doce de um deseja amarga fel.

E resta tão somente um passo em falso
Que o amor prepara então seu cadafalso,
E deixa-nos de herança esta masmorra.

Aguardo qualquer porto mais seguro,
Cevando sobre um solo árido e duro,
Sem nada que me salve ou me socorra


MARCOS LOURES

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