quarta-feira, 17 de julho de 2013

FADIGAS


FADIGAS

Fadigas vão roubando as minhas pernas
E tento alguma fuga, mas não posso
E quando algum tormento ainda endosso,
As dores poderão ser mais eternas,


Não tendo em minhas mãos sequer lanternas
O quanto deste nada é sempre nosso,
E assim nesta mortalha eu me remoço
Volvendo aos duros dias das cavernas, 


Terríveis cenas, névoas, torpes luzes,
E quando mais temível passo eu sigo,
O tempo condenando ao desabrigo


E nele meus demônios reproduzes,
Satânico momento morte atroz,
Ninguém escutará do sonho a voz...


MARCOS LOURES

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