domingo, 12 de outubro de 2014

SOMBRAS

SOMBRAS


As sombras são fatais e quando as vejo,
Teimando contra a fúria corriqueira
Pereço e na verdade sem quem queira
Apenas solitário o meu desejo.


E tanto poderia, sem ter pejo
Viver a sorte mesmo, derradeira,
E nada do que fosse esta bandeira
Amortalhada senda assim prevejo.


Reside em mim ainda quem se fez
Outrora na completa insensatez
Um sonhador romântico em lirismo.


Porém o caminhar ensina tanto
E quando me percebo me adianto
E encontro este beiral, imenso abismo.



MARCOS LOURES

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