Amiga, na verdade eu nada sinto,
Senão uma certeza aonde minto,
E faço por fazer meu ritual
De simplesmente andar noutro bornal,
Aconchegado ao corpo onde pressinto
Calor que se quiser, virando absinto
Trará um longo porre genial.
Porém como um falsário que se entrega
Aos mares de um corsário sem pudores,
No fundo minha amiga, as minhas dores
Caminham sem destino em rota cega.
A par do que não sou eu reconheço
Que a falta de visão gera o tropeço.
MARCOS LOURES
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