Tucanolândia - capítulo 13 - NEGÓCIO DE PAI PARA FILHO...
O Rei Fernando Henrique Caudaloso queria ficar mais quatro anos à frente do Reinado da Tucanolândia, como vimos antes, e um dos principais fatores da sua boa popularidade entre os habitantes do Reino era o Plano Real, arquitetado pelo rei Topete Primeiro, seu antecessor.
O mundo passava por uma crise econômica e o Reinado Tucanolândia não era exceção. Para se manter a paridade entre o real e o dólar, carro chefe da campanha presidencial de Dom Fernando Henrique Caudaloso, seria necessário uma mágica econômica que custaria aos cofres públicos uma fortuna para manter o câmbio, artificialmente, em baixa.
Obviamente, isso custou ao Reinado uma verdadeira fortuna, arrancada das reservas nacionais. Isso, obviamente, não preocupava nosso narcisista Rei, para quem o que importava era manter o poder.
Até aí tudo bem, mas o que espantou a todos foi que, além de praticar essa mágica fantástica, assim que o câmbio foi corrigido, vários bancos e instituições financeiras, parece que o número cabalístico de vinte e quatro, obtiveram informações privilegiadas, o que permitiu que se comprasse dólar a um real e se vendesse pelo dobro do preço, poucos dias depois.
Negócio de pai para filho, sendo que quem pagou o pato foi o povo de Tucanolândia, mas isso pouco importa...
Tivemos também um caso muito interessante, havia dois bancos no reino da Tucanolândia, que tinham importância vital para a população do país:
Um deles, era o Marka e o outro se chamava FonteCindam, eram extremamente populares sendo que, nove em cada dez habitantes do reinado tinham suas economias aplicadas nestes bancos...
Pois bem, o Banco Central do Reino, injetou um bilhão e seiscentos milhões de reais nestas instituições financeiras tão importantes para a economia do povo, emprestando dinheiro a dólares com valores abaixo do mercado, lembrando-se que essa grana foi liberada em um só dia!
A desculpa é que se esses bancos quebrassem, a economia do Reinado ia para o buraco...
Interessante se dizer que, apesar do presentinho, os bancos faliram e o reino, por incrível que pareça, não.
Aliás, os milhões de súditos que nunca tinham ouvido falar nos tais bancos, inclusive esse que vos fala, só souberam do rombo depois.
Falando nisso, o presidente do Banco Central à época foi condenado, em primeira instância, a dez anos de cadeia.
O dono dos Bancos, um italiano chamado Salvatore, e não é da pátria não, se mandou para a Itália e nunca mais vai esquecer sua aventura em terras tropicais, nem ele nem seus descendentes que têm o futuro garantido graças à bondade do Rei Fernando Henrique Caudaloso e seus amáveis e receptivos súditos...
Em tempo, essa oposiçãozinha vagabunda não tem jeito não, pois imaginem que até falar que tinha um esqueminha de venda de informações privilegiadas dentro do Banco Central, havia...
Vê se pode!!
MARCOS LOURES
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