sexta-feira, 17 de outubro de 2014

SESSÃO SAI PRA LÁ CAPETA....

Tucanolândia - capítulo 2 - Abafadoria Geral da União


Estamos em janeiro de 1995 no reino da tucanolândia. O antigo rei, Topete primeiro, de olho nas maracutaias e trambiques contumazes naquele reino beira mar, havia criado uma comissão de investigação, feita por representantes das mais variadas áreas do povo do reino.
Entre os representantes da igreja, dos sindicatos dos advogados, dos órgãos de classe, havia tantos aliados como contrários ao Rei de Plantão.
Pois bem, Fernando Caudaloso, o sucessor de Topete primeiro, ao sentir que não poderia agir com liberdade, em um momento bastante estranho e duvidoso, extinguiu essa comissão.
A partir desse momento, a porta para as ilicitudes e ações suspeitas, como favorecimento de amigos, atos de corrupção passiva e ativa, entre outros, ficou escancarada.
Depois disso, começaram a aparecer denúncias a cada momento, todas as operações feitas pelo Governo foram abafadas, perdendo o controle da sociedade sobre todos os atos, mesmo que os mais escandalosos, dos “amigos” e aliados de Caudaloso.
Após seis anos de descontrole e sem nenhum órgão da sociedade que pudesse controlar os atos e operações ligadas ao governo, a sociedade resolveu reagir.
Os parlamentares da oposição resolveram criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os atos de corrupção.
Ao ver que a vaca ia para o brejo, Fernando criou um órgão de controle, a Controladoria-Geral que, ao contrário da anterior, não era composta por representantes universais da sociedade civil, mas sim ligada ao Governo, sendo conhecida como Abafadoria – Geral do Reino.
Assim foi durante o Governo Fernando, onde os trambiqueiros e corruptos navegaram num mar de tranqüilidade comparável ao da calmaria de quinhentos anos antes.
Com o final do mandato de Fernando Caudaloso, conhecido por esse nome pelo “mar” aberto nas fronteiras do reino, para a evasão de recursos, ao final do seu reinado, a Controladoria-Geral passou a ter uma importância enorme no controle da corrupção.
O fato da extinção e da posterior substituição desfigurada de um órgão de autocontrole dos ilícitos feitos com o dinheiro público demonstra duas coisas: 1- o Rei não estava muito bem intencionado. 2- a porteira aberta fez um estrago no futuro do reinado.
E, como diz o povo daquele lugar, arrombada a porteira, por onde passa um boi, passa uma boiada, mesmo que seja via Banestado...


MARCOS LOURES

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