A dor como constante companheira
Talvez tenha um disfarce até bem feito,
Trazendo o meu sorriso insatisfeito
Mostrando uma carcaça qual bandeira.
O podre de minha alma varejeira
Podendo te assustar, vai contrafeito
Vestindo de um perfume, trama em leito
Aquilo que perdeu a vida inteira.
Não veja minha amada, o meu sorriso,
É quase desdentado e não tem brilho.
O passo; no percurso, falsifico,
E tendo bem distante o paraíso,
Invento a cada verso um novo trilho,
E finjo; de esperanças, ser bem rico...
MARCOS LOURES
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