sexta-feira, 17 de outubro de 2014

ENVELHECIDO, MAS NÃO ENVILECIDO

O medo que eu tivera de poder
Dizer sem ser ridículo, as palavras
Que trazem subtendidas o prazer
Que é feito um labutar em ricas lavras,

Perdeu-se quando fiz um personagem
Que tinha uma esperança que não creio,
Falando de um amor, leda miragem,
De uma beleza exposta em carne e seio.

Agora, envelhecido, mas não vil,
Eu tenho inda um restinho de ilusão
Embora mitigada pelo frio,

De ter, quem sabe, amor calmo e gentil,
Que traga finalmente a floração
Neste jardim que morre tão vazio...


MARCOS LOURES

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