A SEDE DE VIVER
A
sede de viver, querida amiga,
Permite em labirinto uma saída,
Deixando que esta estrada enfim prossiga,
Porém nos marca sempre pela vida.
Sobrevivi também à dura queda
Embora com fraturas, luxações.
Nem mesmo uma tristeza eterna veda
Os olhos de quem vive as ilusões
Como se fossem náufragos perdidos
Nos mares mais distantes, nos atóis.
Os sonhos tantas vezes são urdidos
Apenas como simples girassóis.
Bebendo, neste instante, num momento,
A vida como fosse um cata-vento.
MARCOS LOURES
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