Jogado sobre as pedras do caminho
Meu sonho se emudece e nada trama
Somente o que deveras dita o drama
De quem se fez agora tão sozinho,
E quando no final somente espinho
Traduz o coração de quem tanto ama,
E sei que verdade o quanto se ama
Expressa a derrocada do caminho,
E nisto o que pudera a todo espinho
Gerasse o quanto a sorte ilude e trama
Marcando com terror o ser sozinho
E disto se desenha o ledo drama,
A vida quando traça apenas drama
E tenta outro momento, além, quem ama,
Encontra o que se vendo ora sozinho
Expressaria o tanto do caminho
Que possa na verdade em clara trama
Tirar da senda a pedra e cada espinho,
Porém ao perceber o frio espinho
E nisto renovando o velho drama
Meu mundo se perdendo agora trama
O quanto se deseja e jamais ama,
Quem sabe o sortilégio de um caminho
E viva o tempo todo mais sozinho,
O quanto se mostrara ser sozinho
E nada se moldasse além do espinho
Trazendo cada curva do caminho,
E nisto se anuncia o rude drama
Que possa transformar mesmo quem ama
E deixa no final a leda trama,
Meu verso na verdade o que ora trama
Expressaria o sonho, mas sozinho,
Jamais encontraria com quem ama
E nisto se cultiva o mero espinho
Grassando sobre o quanto fosse drama
Tornando sem sentido este caminho,
O verso sem caminho, leda trama,
O mundo dita o drama e vou sozinho,
Colhendo cada espinho, e nada se ama...
MARCOS LOURES
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