Meu passo sem sentido dita o rumo
Dos erros que cometo e não percebo,
O sonho aonde o nada enfim concebo
O canto que pudera e mal resumo,
E quando noutro rastro enfim me esfumo,
A solidão espúria, em vão eu bebo,
E quando no final já nada bebo
Perdendo enfim de vez a rota e o rumo,
O mundo sem sentido quando esfumo
Já não traria o sonho que percebo
E o verso procurando algum resumo
Traduz a solidão que enfim concebo,
O pranto que anuncio e mal concebo,
Esta aguardente amarga que ora bebo,
O todo que em vazios eu resumo,
Meu canto se mostrara e quando eu rumo
Vagando sobre pedras não percebo
Sequer o quanto possa e já me esfumo,
Ousando perceber o quanto esfumo
Nos ermos de meu sonho e assim concebo
O mundo que deveras não percebo,
E nem sequer um gole dele eu bebo,
Trazendo o quanto eu possa neste rumo
E desta sensação mero resumo,
Meu passo noutro instante já resumo
E o mundo quando aquém do sonho esfumo,
Teria na verdade o ledo rumo,
Marcando o dia a dia que concebo
Aonde o meu caminho quando bebo
Nem mesmo com certeza ora percebo,
E sei quando deveras eu percebo,
O tanto que se queira num resumo
O prazo se traduz enquanto bebo
O mais que desejasse e se me esfumo
Procuro os meus sinais e o fim concebo
No tempo anunciado em ledo rumo,
Assim agora rumo e não percebo,
O todo que concebo num resumo,
E em vão se já me esfumo, a morte eu bebo.
MARCOS LOURES
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