NATAL?!
"Alimentando a fúria da quimera",
o insaciável monstro que é o Ter
impera a propaganda a oferecer
mil produtos; nem sempre ela é sincera:
fazer feliz escapa a sua esfera
e na verdade quer tão-só vender:
mais ter nada acrescenta a nosso ser;
mais ter parece o deus de nossa era
Pobre do pobre, sem ter condição
de dar aos filhos algo substancial
não sorve da riqueza do Natal
que aplacaria toda sua aflição:
"Natal, trouxesse o amor que feito em luz
fizesse em cada ser nascer Jesus""
Diógenes Pereira de Araújo
Nas tantas e diversas faces vejo
A festa aonde o amor se comemora
Sagrado nascimento desde outrora,
Marcando com ternura um nobre ensejo.
Porém quando em verdade o que ora almejo
Afasta-se deveras, me apavora,
A fúria do comércio revigora
Gerando invés de amor, horrível pejo.
E Cristo, vendo tudo, lá do Céu,
À venda este festejo de um Noel
Que toma todo espaço, temerário.
Que um dia transformara o mundo inteiro,
No fim exposto e morto qual cordeiro,
Usado a cada novo aniversário...
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