NÃO QUERO ACREDITAR
Não quero acreditar, mas mesmo assim
O vento que pudera num instante
Traduz o quanto quero e se garante
Matando o que procuro em mero fim,
Ascendo ao que tentasse e sei de mim,
O marco mais atroz e deslumbrante
A vida noutro tom e doravante
Cerzindo esta verdade morta enfim.
O fardo que carrego enverga o sonho,
E nada deste pouco onde componho
Expressaria a voz de quem se queira
Vestindo a fantasia mais cruel,
Ousando acreditar que no farnel
A sorte seja amiga e companheira.
MARCOS LOURES
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