Este gosto maligno invade minha boca,
O manto cristalino esvai-se na fumaça...
Um corpo ensangüentado e roído por traça
Abandonado a esmo, a lua não retoca
E deixa à própria sorte, abrindo a dura toca
Onde se esconde a dor que, fera já me abraça.
O gosto amaro, fel, um copo de cachaça
E a noite vai passando impávida e tão louca...
Nos segredos que guardo amores não vividos...
Esperança abandona os sonhos esquecidos
Na mesa deste bar. Cicatriz que lateja
Dos tempos que pensei nos assentos divinos
De tal felicidade. Amores assassinos,
Uma alma enlouquecida espreita e já deseja!
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