Fim de tudo
Meu tempo se esgotou e nada resta
Apenas o que um dia fora a mera
Vontade de viver e não se espera
Senão a mesma sorte ora funesta,
O quanto da esperança nada gesta
Atesta invalidez da primavera,
E o tempo navegando destempera
Marcando a luta amarga que me empesta,
O fim do que pudesse e não veria,
A luta me esfacela e da agonia
Risonho e caricato verme eu sigo,
Apesar de viver cada segundo
No vasto delirar em vão me inundo
Do quanto desejara em tosco abrigo.
Loures
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