Suicida.
Isolo-me deveras e percebo
O quanto desejara ser feliz,
A vida transformada em tosca e gris,
Diversa do universo que concebo,
E quando em ilusões, tolo me embebo,
O verso tantas vezes contradiz
Realidade amarga e o quanto eu quis,
No fundo a negação que em vão recebo,
A luta se fazendo a cada instante
Mostrando a imagem turva e degradante
Que trago no crepúsculo da vida,
Sorrio para ao menos disfarçar
O tanto quanto resta caminhar
O velho destroçado, suicida...
LOURES
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