Vesgueio pelas ruas, cão sem dono
Procuro algumas rosas, ganho espinhos.
Não é que eu já reclame do abandono,
Mas sinto, às vezes, falta dos carinhos.
Nas noites mais insones, me apaixono,
Depois esqueço tudo. Noutros vinhos
Tomando meu pileque até que o sono
Chegando me renegue estes caminhos.
Meu barco, sem juízo foi a pique
Chovendo canivete, o piquenique
Acaba sendo espelho do fracasso.
A par do que vivi, amor profano
Comete em lucidez um desengano
E segue meu cadáver passo a passo...
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