sexta-feira, 6 de abril de 2012

Foz

Foz

Desemboco meus sonhos nesta foz
Que um dia se fizera mais suave,
E quando a cada instante tudo agrave
Esbarro nesta face mais atroz,

E sei do quanto pude em rotos nós
Tentar além do tosco e rude enclave
Vencer a imensidão qual fosse uma ave,
Nas asas gigantescas do albatroz.

Mas sei que nada disto se fez meu,
O encanto a cada pranto se perdeu
E o preço a ser cobrado extrapolando

O máximo que pude suportar,
Vontade de seguir, mas vou ficar,
Tocado pelo caos, duro e nefando...

Marcos Loures

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