O MEU TORMENTO
Meu tormento, meu bem, sempre dói,
Se tu vens; porém nem quer me ver.
O meu medo, por certo, destrói,
Se te perco, que posso dizer?
Viverei sem poder ter o sonho,
Que, segredo, perdi, com teu bem.
O que foi, num momento, risonho,
Hoje sofro; viver, sem ninguém...
Resto o gosto terrível comigo,
Deste fel que verteu dentro em mim.
Eu te empresto, meu bem, o perigo
Que me morde, ferino sem fim...
Sei que sou esse resto, ferido
Sem teu corpo, desejo perdido...
Soneto sem a letra A
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário