sábado, 7 de abril de 2012

O MEU TORMENTO

O MEU TORMENTO

Meu tormento, meu bem, sempre dói,
Se tu vens; porém nem quer me ver.
O meu medo, por certo, destrói,
Se te perco, que posso dizer?

Viverei sem poder ter o sonho,
Que, segredo, perdi, com teu bem.
O que foi, num momento, risonho,
Hoje sofro; viver, sem ninguém...

Resto o gosto terrível comigo,
Deste fel que verteu dentro em mim.
Eu te empresto, meu bem, o perigo

Que me morde, ferino sem fim...
Sei que sou esse resto, ferido
Sem teu corpo, desejo perdido...

Soneto sem a letra A

MARCOS LOURES

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