A MÃE NATURA
Não poderei ouvir o canto desta mata,
Nos frutos que preparo, as mãos da deusa Flora.
Nas hastes desta flor, no véu desta cascata,
A mãe natura em vão, ao homem tanto implora.
A lua traz decerto o brilho desta prata.
Percebo essa promessa, a natureza chora.
Quem ama não destrói, namora em serenata.
Quem sabe não discute agora, faz a hora.
Vestígios de queimada, anseios de vingança.
A fonte da vitória afoga essa esperança.
O mote que me deste enfeito nesta trova.
A mão que te tortura, um peso amargo e triste
O fogo te devora e mais tudo que existe.
Um homem não repara e cava a própria cova!
MARCOS LOURES
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