sexta-feira, 24 de agosto de 2012

DEMENTES

DEMENTES

Dementes os sentidos que te prendem
Atendem entre dentes e mordidas
Ácidas as peçonhas que pretendem
As serpes sempre são mal resolvidas...

Vestidos de bizarras tempestades
Que mentem tão somente quanto tentam
Sombrias as fagulhas de inverdades
Que logo quando nascem, me atormentam.

As carnes em dentadas dilaceras
Passando pelos dentes afilados,
Recebo os teus bafios, quais de feras
Destroços que desejas desfiados.

Não temo mais teu hálito nefasto
Pois tudo o que já fomos, nem pro gasto...

MARCOS LOURES

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