ESCUTAVA O TEU CANTO
Escutava o teu canto, longas noites...
E não tinha sequer as evidências
Lograva tais insanas penitências
Penetrantes, ardentes; feito açoites...
Não queria, mas vinhas... Vis pernoites
A cada instante; mágoas sem clemências,
A cada canto lúbricas demências...
Cantavas, procurando quem te acoites...
Nada mais me restou, zero ambulante
Os meus dedos, crivados por teus dentes
O que me sobra? Andar qual mendicante.
Farrapos que se seguem, de dementes
Sem amanhã; sem nada vou adiante?
Sem ironia, diga-me o que sentes.
MARCOS LOURES
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