COBIÇADA
Ao passares, cobiçada pelas ruas,
Não vês o meu olhar quase faminto.
Acendes um vulcão que esteve extinto
Dando a impressão, querida, que flutuas.
Sem olhar para trás tu continuas
E em cada passou teu, meus sonhos pinto.
O que pensam de um velho tão distinto
Imaginando a moça toda nua?
Bem sei que não teria qualquer chance
Mas te agradeço, enfim, de qualquer jeito.
Sentindo em cada passo num nuance
Que a vida permanece resistindo
E o sonho com certeza é meu direito.
E o mundo, enfim, deveras, é tão lindo...
MARCOS LOURES
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