NO CORTE DA NAVALHA
Ah! Quando dispersei essa esperança
Em nome da certeza do futuro;
Não sabia que a vida não se cansa,
De fingir-se leal, porto seguro.
Ao tentar destruir esta aliança,
O claro sentimento fez-se escuro.
Tempestade abortando uma bonança,
A sorte se escondeu detrás do muro...
O mar que fora meu, virou deserto,
O frio de minha alma congelou.
A solidão feroz, ronda por perto,
A paz se fez distante, na batalha.
O nada simplesmente me sobrou,
No corte tão profundo da navalha!
MARCOS LOURES
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