A DERRADEIRA POESIA
Abordo meus fantasmas com descrenças
À bordo dos meus sonhos, sigo insone
E quando ouço chamar neste interfone
Preparo pra enfrentar mais desavenças.
Não tendo mais nem fé sequer as crenças
Nem mesmo uma palavra que me abone,
Por mais que a solidão não me abandone
Antigas esperanças são imensas.
E quando apodrecendo mais um tanto,
A vida se perdendo em farto encanto
No desencanto grana um novo dia
Imerso nas neblinas corriqueiras,
Arcaicas ilusões erguem bandeiras
E nasce a derradeira poesia...
RIMAR
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