AS TUAS CRUZES
Sou tantos e nenhum; nada me guia,
Segredos? Não os tenho nem os quero,
Se a minha vida em sonhos eu tempero,
Que dane-se afinal, a fantasia.
A boca que me escarra; a que eu queria,
Num beijo mais atroz, audaz e fero,
Os erros que cometo; outros que gero,
Deixando para além esta utopia...
Vestindo constelares baboseiras,
Arranco do jardim velhas roseiras
E deixo tão somente abrolhos e urzes
Percorro estas montanhas que passaste,
E vendo meu senhor, quanto desgaste,
Pergunto se valeram tuas cruzes...
MARCOS VALÉRIO MANNARINO LOURES
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