A INUTILIDADE DE SER CIGARRA
Cometo este pecado: sou poeta,
E pago uma alta conta só por isso,
Se o carro deu defeito, algum enguiço,
Palavra nada vale nem completa,
Pra música moderna dou a seta,
Ultrapassado e velho, sou mortiço,
Porém jamais serei calado e omisso,
Ainda tenho a Musa como meta.
Revendo os meus conceitos, sigo em frente,
A vida de um escriba penitente
Não vale quase nada no Brasil.
Mas tendo alguns amigos, isto basta,
Enquanto a poesia morre e pasta,
O peito ainda quer ser varonil...
MARCOS LOURES
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