quinta-feira, 7 de março de 2013

NAS MORTALHAS DA SORTE


NAS MORTALHAS DA SORTE


Nas mortalhas da sorte, fiz meu lar,
Deixei, como epitáfio, teu sorriso...
Vorazes cicatrizes, foi preciso
O escárnio com que rias, meu pomar...

Rosas despetaladas, espinhar...
Espetáculo sórdido, teu riso,
Me apunhalas;é mórbido e conciso;
Mas percebo é assim que sei te amar!

Nas noctívagas serpes, traz abraço,
Tuas línguas devoram, forte braço,
Nas lambidas ferozes, teu carinho...

As fornalhas, respiros, me derretem.
Os pecados sutis, nos acometem,
Presa fácil, procuro por teu ninho...


MARCOS LOURES

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