TEMPLO
Num templo feito a ti, deusa desnuda,
O verso se deitando imenso gozo,
Serpenteando em mim, louca e miúda,
O cheiro do delírio, fabuloso,
A boca já se ocupa e quieta, muda,
Promete um paladar maravilhoso,
E quando a pele em pele gruda,
O corpo num fremir fantasioso.
Assim entre imersões e várias doses,
Até que estonteada, tanto gozes
Lavando com prazer, intenso fogo,
Acordo de manhã e te procuro,
A clava sempre erguida; e só me curo,
Nas ânsias e delícias do teu jogo...
MARCOS LOURES
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