DESABANDO
Meu mundo desabando num instante
Sem nada que pudesse amanhecer,
À sombra de um passado, o renascer
Jamais se imaginasse doravante,
E quando noutra face se adiante
O pouco que inda reste por fazer,
O templo desabado eu posso ver,
Morrendo em aridez o que se plante.
Respaldos procurados, nunca vistos,
Os olhos entre engodos e promessas
Enquanto em tuas pernas já tropeças,
Em toda esquina, mortos, novos Cristos,
Mortalhas onde outrora se quis luz,
Multiplicando o pão? Somente a cruz...
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário