A sorte que busquei, despedaçada
Angústias devorando o ser humano
Enquanto se mostrando mais profano
Ao mesmo tempo entoa o mesmo nada.
Da outrora presa fácil na caçada
Agora um ser terrível, soberano,
Invés da fantasia traz no dano
A marca da pantera disfarçada.
Serpente que devora outra serpente
E quando se desnuda traz peçonhas
Se com paz no futuro ainda sonhas,
O medo do viver que ora se sente
Traduz a realidade em cores mortas,
Por isso em vãos prazeres, tu te aportas...
MARCOS LOURES
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