O quanto do passado construíra
E desde então somente o nada levo,
Aonde me entreguei; já não me atrevo
Castelo em esperanças, pois ruíra.
Não trago mais no peito ainda uma ira
Tampouco este rancor terrível, cevo
Nem creio num amor que se, longevo
Ainda outro caminho exposto, mira.
Erijo dos meus ermos este sonho
E morto quando em tréguas recomponho
O mundo feito em fera e mais atroz,
Não quero ter somente o vão tormento,
E quando noutros braços me apascento,
Tornando mais suave a minha voz...
MARCOS LOURES
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