Plantasse uma esperança, porém na horta
A sorte se perdeu faltando o adubo,
Se às vezes noutro espaço ainda subo
A fantasia agora segue morta,
E quando em vários ritos sonho aporta
Mergulho no passado, um velho tubo,
Mudando cada aspecto, prisma ou cubo,
A boca que me beija não me importa,
Serpentes entre farpas e fagulhas
No entanto sem defesas tu te orgulhas
Da faca que entranhaste no meu peito.
E as fontes variáveis do prazer
Podendo a cada instante me perder,
Por sobre finas lanças eu me deito...
MARCOS LOURES
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