sábado, 26 de maio de 2018


Somente do passado um velho entulho
Semente dos escombros que me deste
O nada que do nada se reveste
Demonstra a cada passo, o pedregulho.

E quando; os meus segredos desembrulho
Percebo tão somente o frio e a peste
E a dor na qual o sonho ainda investe
Deveras como fosse algum marulho

Distante dos teus mares, navegar
Enquanto em tal desdita sei do mar
Ouvindo a voz medonha do futuro,

Que tanto amaldiçoa quem espera
A sorte que deveras me faz fera
Atocaiada em solo árido e duro...

MARCOS LOURES

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